O milho, por exemplo, é um ingrediente básico na dieta de suínos. O preço internacional médio é de cerca de US$ 160 por tonelada e especula-se que deverá aumentar para incríveis US$ 180 por tonelada em 2025.
Os preços das commodities – puxados pela soja e o milho – estão subindo em todo o mundo, fazendo com que muitos suinocultores e avicultores tentem administrar os gastos usando ingredientes alternativos ou, até, reduzindo os padrões de qualidade da ração. Mas isso coloca os animais e, em última análise, as operações em risco? Aqui […]
Os preços das commodities – puxados pela soja e o milho – estão subindo em todo o mundo, fazendo com que muitos suinocultores e avicultores tentem administrar os gastos usando ingredientes alternativos ou, até, reduzindo os padrões de qualidade da ração. Mas isso coloca os animais e, em última análise, as operações em risco? Aqui está o que você precisa saber.
O preço do milho e da soja, duas das principais matérias-primas usadas nas fórmulas de ração para suínos, disparou. As repercussões foram sentidas internacionalmente, com explosivo aumento nos custos de produção, o que resulta no estreitamento das margens de lucro e, às vezes, operação com prejuízo.
O milho, por exemplo, é um ingrediente básico na dieta de suínos. O preço internacional médio é de cerca de US$ 160 por tonelada e especula-se que deverá aumentar para incríveis US$ 180 por tonelada em 2025.
Para mitigar o impacto econômico, muitos sistemas de produção têm adotado estratégias de risco, como flexibilização dos padrões de qualidade na compra de milho.
Cuidado! Essa medida pode comprometer diversos quesitos, como umidade, porcentagem de grãos danificados, teor de óleo e contaminação por micotoxinas. Ao comprar soja, por exemplo, os teores de proteína, umidade e fibra bruta – bem como a atividade da ureia e a presença de alguns níveis de micotoxinas – tornaram-se mais “flexíveis”.
Qual a consequência do uso de commodities de qualidade inferior? |
Começamos pela necessidade de correção nutricional com agregação de custos extras, às vezes iguais ou maiores que a economia de recursos gerada na compra de grãos de menor qualidade, seguida por maior presença de fatores anti-nutricionais que impactam negativamente os indicadores zootécnicos, como o ganho de peso e a conversão alimentar. E, o mais perigoso: maior prevalência e níveis de micotoxinas com forte possibilidade de co-contaminação, ou seja, mais de um tipo, exigindo investimentos em produtos para mitigar o impacto ou, caso não sejam adotados, enfrentar a micotoxicose nos animais. Dependendo da concentração de micotoxinas, seus efeitos variam de danos silenciosos e retardados à saúde e ao desempenho dos animais até grandes perdas resultantes de um quadro grave chamado micotoxicose.
Quais os riscos da falta de gerenciamento?
As Fumonisinas podem causar edema pulmonar, nefrotoxicidade e hepatotoxicidade. No entanto, o maior impacto é o aumento de doenças bacterianas respiratórias e entéricas, assim como falhas de imunização. Essas situações ocorrem até em níveis baixos, mas constantes, de Fumonisinas. É exatamente isso que enfrentamos atualmente.
Já a Zearalenona é de difícil eliminação por adsorventes comuns. Sua presença pode causar abortos, falsa gestação, estro prolongado, edema vulvar, prolapso da vagina, aumento do útero, atrofia dos ovários, atrofia testicular, diminuição do interesse sexual e infertilidade. A contaminação preocupa todos os sistemas de produção e especialmente nos com matrizes.
A Pesquisa de Micotoxinas da BIOMIN constatou que 65% das amostras apresentam co-contaminação, ou seja, a presença de duas ou mais micotoxinas. Isso é particularmente crítico nas seguintes combinações: FUM + DON e DON + ZEN. Elas são consideradas sinérgicas, ou seja, uma micotoxina amplifica o impacto da outra.
Esses dados comprovam que as chances de contaminação por micotoxinas são altas, principalmente nos ingredientes usados para a ração de suínos. Na outra ponta, temos a sensibilidade dos suínos a essas substâncias tóxicas produzidas pelos fungos – representam a espécie mais suscetível. Por esse motivo o controle e o gerenciamento de risco de micotoxinas devem integrar as estratégias nutricionais e sanitárias.
Importante: de acordo com os riscos de cada região, os ingredientes ou ração pronta devem ser avaliados antes mesmo de chegarem ao comedouro.
Fonte: Assessoria de imprensa.
Inscreva-se agora para a revista técnica de suinocultura
AUTORES
Estudo demonstra economia de 69% ao reduzir uso de antimicrobianos na prevenção de Enteropatia Proliferativa Suína
Adriano Norenberg Arlei Coldebella Ivan Bianchi Jalusa Deon Kich Marco Aurélio Gallina Monike Willemin Quirino Rafael Frondoloso Yuso Henrique TutidaPork Pinnacle retorna a Curitiba e inaugura o porciFÓRUM: dois eventos, uma nova visão para o futuro da suinocultura
Reconhecimento sanitário abre caminho, e São Paulo inicia exportação de carne suína em 2025
Valdomiro Ferreira JuniorComo a saúde intestinal pode impactar a saúde respiratória dos suínos via eixo microbiota-intestino-pulmão?
Pedro Henrique Pereira Sibely Aiva Flores Vinícius de Souza CantarelliTecnologia, dados e decisões: o que realmente interessa na nova era da suinocultura
Priscila BeckImpacto das micotoxinas na longevidade, saúde e produtividade de matrizes suínas
Gefferson Almeida da Silva José Paulo Hiroji Sato Jovan SabadinEficiência operacional com o uso da Inteligência Artificial
Leonardo Thielo de La Vega Verônica PachecoMarco regulatório que moderniza a produção
Amanda BarrosGranja e Fábrica de Rações: uma relação de cliente e fornecedor
Diogo Lima GoulartConstruindo um protocolo de sustentabilidade para a suinocultura brasileira – Parte II
Everton Luís KrabbeA fibra insolúvel na dieta da fêmea suína gestante como estratégia para mitigação da fome e garantia do desempenho – Parte II
Danilo Alves Marçal Ismael França Jaira de Oliveira Luciano Hauschild