15 set 2023

Mais que energia: uso de ROVABIO® para otimizar a digestibilidade dos nutrientes da dieta

As enzimas exógenas que degradam PNAs são uma oportunidade para melhorar o aproveitamento da energia do alimento pelo aumento da digestibilidade dos nutrientes da dieta.

Mais que energia: uso de ROVABIO® para otimizar a digestibilidade dos nutrientes da dieta

Mais que energia: uso de ROVABIO® para otimizar a digestibilidade dos nutrientes da dieta

 

Os cereais são uma fonte importante de energia na alimentação de suínos. No entanto, estes também são abundantes em fatores antinutricionais como os fitatos e os polissacarídeos não amiláceos (PNAs).

A fitase é amplamente usada na indústria animal para a quebra do fitato, liberando principalmente fósforo para o animal.

Os PNAs não são digeridos eficientemente pelos suínos e, apesar de terem uma grande capacidade fermentativa no intestino grosso, esta é menos eficiente para a obtenção de energia do que a hidrólise enzimática que ocorre no intestino delgado (Noblet and van Milgen, 2004; Noblet et al., 1994).

Nesse sentido, as enzimas exógenas que degradam PNAs são uma oportunidade para melhorar o aproveitamento da energia do alimento pelo aumento da digestibilidade dos nutrientes, permitido também a redução do custo da ração.

 

Considera-se que 20 a 25% do alimento é indigestível, sendo essa fração constituída por fitato e PNAs.  Em especial, os PNAs reduzem a digestibilidade do alimento devido ao:

  1. Efeito jaula, que aprisiona os nutrientes na parede celular, especialmente proteínas, ficando estes indisponíveis para a ação das enzimas endógenas (Figura 1);
  2. Aumento da viscosidade no intestino, reduzindo a ação de enzimas endógenas e absorção de nutrientes;
  3. Aumento das perdas endógenas devido a possível inflamação do tudo digestivo, aumentando o custo metabólico para o animal;
  4. Modificação dos substratos que chegam ao intestino delgado, alterando a microbiota intestinal.

Figura 1. Interações entra a proteína e os componentes da parede celular

 

Conhecer a composição de PNAs dos ingredientes é importante para quantificar sua fração indigestível, sendo possível estimar a quantidade de substrato disponível para a ação das enzimas.

O uso estratégico de enzimas exógenas responsáveis por degradar os PNAs, em especial as xilanases e enzimas desramificadoras – arabinofuranosidades (ABFs), melhoram a digestibilidade global do alimento, sendo este efeito conhecido como Feedase.

Esta melhora global só é possível pois as enzimas ABFs atuam liberando as arabinoses presentes nos arabinoxilanos (principais PNAs dos alimentos), permitindo o acesso das xilanases no esqueleto da xilose e potencializando sua ação.

Esse efeito sinérgico entre as enzimas resulta na ruptura da parede celular, expondo os nutrientes enjaulados, até então indisponíveis, à ação de enzimas endógenas, não apenas melhorando aproveitamento energético do alimento, mas também de aminoácidos, lipídios e minerais (Figura 2).

 

Figura 2. Enzimas importantes para a degradação de arabinoxilanos

 

Por isso, o uso de Rovabio® permite a formulação de dietas considerando não somente as contribuições de energia, mas também de aminoácidos digestíveis e minerais, como o fósforo disponível.

 

Estudo mostra a melhora da digestibilidade de proteína, gordura e cálcio com uso de Rovabio® Advance, além de uma melhora na digestibilidade da energia positivamente relacionada aos níveis crescentes de arabinoxilanos (Sun et al, 2019; Figura 3).

Figura 3. (A) Efeito de Rovabio® Advance na digestibilidade de nutrientes e (B) relação conteúdo de arabinoxilanos e digestibilidade de energia (Sun et al., 2019).

 

Outro achado importante foi a melhora nos coeficientes de digestibilidade dos aminoácidos. Em geral, foi observado um aumento de 82 para 85% (Figura 4).

Figura 4. Média do efeito de Rovabio® Advance na digestibilidade de aminoácidos (estudo com diferentes níveis de arabinoxilanos; Sun et al., 2019; *P≤0,10)

 

O efeito global na melhoria da digestibilidade da ração é potencializado quando a multienzima possui também fitase.

Suínos alimentados com dietas reduzidas em 3 ou 5% de energia líquida e aminoácidos digestíveis acrescidas de Rovabio® Advance Phy apresentaram o mesmo desempenho que animais alimentados com a dieta sem redução nutricional (Jerez-Bogota et al, 2020).

A manutenção do desempenho animal com a redução nutricional só foi possível devido a ação das enzimas na melhora da digestibilidade de energia e nutrientes (P<0,05) (Figura 5) .

Figura 5. Efeito de Rovabio® Advance Phy na digestibilidade total de energia e nutrientes (Jerez-Bogota et al., 2020); *diferente estatisticamente de seu controle (P<0,05).

 Comportamento similar foi observado em experimento com redução de 74 kcal/kg de energia líquida, 7% de aminoácidos digestíveis, 0,134 pontos de fósforo digestível e 0,119 pontos de Cálcio em dietas para suínos de 25 a 135 kg (Huang et al., 2021).

Este estudo também mostra a manutenção da conversão alimentar com o uso de Rovabio® Advance Phy (P>0,05), assim como melhora na digestibilidade de proteína, gordura, cálcio e fósforo (P<0,01).

Os estudos apresentados mostram a eficiência do uso de Rovabio® Advance na melhora da digestibilidade e na manutenção do desempenho produtivo, sendo estes efeitos ampliados com a associação de fitase (Rovabio® Advance Phy).

O uso desta tecnologia permite a utilização de matérias-primas alternativas com maiores teores de PNAs e fitatos, o que poderá auxiliar na redução do custo das rações sem comprometer o desempenho animal.

 

Conhecer a fração indigestível do alimento permite entender seus efeitos antinutricionais e também a possibilidade de ação das enzimas exógenas.

O conceito de feedase mostra os benefícios da ação simultânea de enzimas como ABFs e xilanases em um substrato complexo, melhorando a digestibilidade global do alimento.

Esta melhora é observada não somente em relação à energia, mas também em relação a digestibilidade de proteínas, seus aminoácidos e demais nutrientes presentes no alimento. 

A aplicação do conceito feedase proporciona um melhor aproveitamento dos ingredientes, assim como benefícios econômicos, tanto no custo da ração quanto na produtividade dos suínos.

Para mais informações, entre em contato com o Departamento Técnico da Adisseo

Relacionado com Nutrição e Alimentação
Sectoriales sobre Nutrição e Alimentação

MAIS CONTEÚDOS DE Adisseo

Dados da empresa
país:1950

REVISTA SUÍNO BRASIL

Inscreva-se agora para a revista técnica de suinocultura

EDIÇÃO suínoBrasil 3º TRI 2024
Principais doenças entéricas em suínos nas fases de creche e terminação

Principais doenças entéricas em suínos nas fases de creche e terminação

Keila Catarina Prior Lauren Ventura Parisotto Marcos Antônio Zanella Morés Marina Paula Lorenzett Suzana Satomi Kuchiishi
Insensibilização de suínos: os diferentes métodos e suas particularidades

Insensibilização de suínos: os diferentes métodos e suas particularidades

Luana Torres da Rocha
Como a via êntero-mamária nas matrizes suínas modula a microbiota dos leitões?

Como a via êntero-mamária nas matrizes suínas modula a microbiota dos leitões?

Pedro Henrique Pereira Roberta Pinheiro dos Santos Vinícius de Souza Cantarelli Ygor Henrique de Paula
Uso do sorgo na alimentação de suínos

Uso do sorgo na alimentação de suínos

Ana Paula L. Brustolini Ednilson F. Araujo Fabiano B.S. Araujo Gabriel C. Rocha Maykelly S. Gomes
Fornecimento de ninho: muito além do atendimento à instrução normativa

Fornecimento de ninho: muito além do atendimento à instrução normativa

Bruno Bracco Donatelli Muro César Augusto Pospissil Garbossa Marcos Vinicius Batista Nicolino Matheus Saliba Monteiro Roberta Yukari Hoshino
Função ovariana: Estabelecendo a vida reprodutiva da fêmea suína – Parte II

Função ovariana: Estabelecendo a vida reprodutiva da fêmea suína – Parte II

Dayanne Kelly Oliveira Pires Fernanda Radicchi Campos Lobato de Almeida Isadora Maria Sátiro de Oliveira João Vitor Lopes Ferreira José Andrés Nivia Riveros Luisa Ladeia Ledo Stephanny Rodrigues Rainha
Vacinas autógenas na suinocultura – Parte II

Vacinas autógenas na suinocultura – Parte II

Ana Paula Bastos Luizinho Caron Vanessa Haach
DanBred Brasil: novo salto em melhoramento genético aumenta desempenho produtivo e eficiência na suinocultura brasileira

DanBred Brasil: novo salto em melhoramento genético aumenta desempenho produtivo e eficiência na suinocultura brasileira

Geraldo Shukuri
Performance de suínos em crescimento e terminação com uso de aditivo fitobiótico-prebiótico

Performance de suínos em crescimento e terminação com uso de aditivo fitobiótico-prebiótico

Equipe técnica Vetanco
SIAVS: ponto de encontro da proteína animal para o mundo

SIAVS: ponto de encontro da proteína animal para o mundo

O uso do creep feeding e o desafio de se criar leitões saudáveis e produtivos

O uso do creep feeding e o desafio de se criar leitões saudáveis e produtivos

Felipe Norberto Alves Ferreira
Alimentando o futuro das produções animais, Biochem apresenta soluções inovadoras para uma nutrição de precisão

Alimentando o futuro das produções animais, Biochem apresenta soluções inovadoras para uma nutrição de precisão

Equipe Técnica Biochem Brasil

JUNTE-SE À NOSSA COMUNIDADE SUÍNA

Acesso aos artigos em PDF
Informe-se com nossas newsletters
Receba a revista gratuitamente na versão digital

DESCUBRA
AgriFM - Los podcast del sector ganadero en español
agriCalendar - El calendario de eventos del mundo agroganaderoagriCalendar
agrinewsCampus - Cursos de formación para el sector de la ganadería