Fonte: Assessoria de Imprensa SINDICARNE
Confira o texto de autoria de José Antônio Ribas Jr. – Presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (SINDICARNE).
Os desafios e a contribuição da indústria da carne – Antônio José Ribas Jr.
O ano de 2022 foi de altos e baixos, mas de resultado final aquém da expectativa. Vários fatores contribuíram para este cenário, desde a instabilidade política interna do País até as incertezas econômicas e políticas globais. O cenário exige um olhar muito estratégico para as mudanças que tomam curso na produção mundial de alimentos, seja pelas restrições legais e/ou de sustentabilidade, seja pelas mudanças comportamentais nas gerações que entram no mercado consumidor, passando pela mudança na geopolítica agro global.
Repeti a palavra “mudança”, pois nela se assentam as percepções futuras que já começaram a impactar nosso País e nosso setor em 2022. Não estamos falando de algo subjetivo e, sim, de novos paradigmas na produção e nas relações comerciais. O mundo atingiu 8 bilhões de habitantes em novembro último. Neste contexto há fome ou déficit alimentar relevante para quase 1 bilhão de pessoas. |
Há uma crise pós-covid agravada por conflitos e/ou rupturas de relacionamento, que trouxeram inflação aos alimentos. A complexidade deste ambiente, no final, pode trazer oportunidades ao Brasil. Afinal, se o mundo quer alimentos competitivos e com qualidade, nós podemos atender. Se o mundo quer, somar a isso a sustentabilidade, nós podemos atender. Basta resolvermos questões internas, comunicar melhor nossas competências e, fundamentalmente, descomplicar a vida do empreendedor brasileiro.
Algumas questões internas e de curto prazo nos impediram de fazer um ano melhor. Por exemplo, a lenta recuperação do emprego e da economia – fato que não se limita ao Brasil – e tirou poder de compra do consumidor. Mesmo batendo recordes de exportações de aves em volume e valor, as margens não trouxeram ao setor resultados satisfatórios.
Em suínos foi um ano de uma lenta e insuficiente recuperação, perdendo em volumes e receita, mas reduzindo as perdas em margens. As exportações de aves cresceram +4,6% em volume (para 4,8 milhões de toneladas) e +27,4% em receitas (7,6 bilhões de dólares), mas as exportações de suínos decaíram -1,4% em volume (1,1 milhão de toneladas) e -2,6% em faturamento (2,5 bilhões de dólares).
Esses números regularam a oferta/demanda, impedindo perdas maiores. Mas não foram suficientes para sustentar margens ao setor que permita otimismo de investimentos e/ou expansões. A notícia boa fica por conta do aumento no consumo per capita de suínos no Brasil, tendência que deve seguir dada a melhoria do mix de produção, apresentando novos produtos e oportunidade de consumo, alternativamente a outras proteínas.
Sob a ótica de custos o cenário repetiu 2021, com a pressão contínua dos grãos e outros insumos. Foi um ano complexo que representa em seu fechamento muito do que esperamos para 2023. |
Importante registrar também, como fato relevante no período, que na superação da pandemia do novo coronavírus, as agroindústrias da proteína animal deram grande demonstração de eficiência na proteção das pessoas – especialmente aquelas que trabalham em frigoríficos – e cooperaram fortemente com as autoridades da saúde. O setor mostrou sua força, resiliência e capacidade de adaptação e aprendizado. O agro, especialmente nossas cadeias de produção de aves e suínos, são geradores de riqueza. Quem leva o desenvolvimento do País para longe do litoral e/ou capitais? Onde estão nossas fabricas e produtores o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é significativamente superior. Nossas cadeias operam sob absoluto rigor e compromisso com a preservação de florestas, de água e da vida natural.
Ampliamos nosso impacto positivo na vida das pessoas durante a pandemia. Investindo na saúde das cidades e regiões. No ambiente de produção ampliamos os cuidados com saúde. Na grave crise sanitária nosso setor gerou empregos, seguiu produzindo alimentos ininterruptamente, cuidou de gente (direta e indiretamente) e ampliamos nossos programas de sustentabilidade. São legados que ficam.
O agro é motivo de orgulho do Brasil e dos brasileiros. Nossos colaboradores e produtores rurais entenderam que o agro não pode parar. Cientes dos nossos compromissos e responsabilidades seguiremos produzindo e cuidando das pessoas e do planeta.
Fonte: Assessoria de Imprensa SINDICARNE
Os desafios e a contribuição da indústria da carne
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