Uso de ácidos orgânicos via água de bebida para porcas e leitões na maternidade e seu impacto no desempenho da creche
O uso de ácidos orgânicos para as porcas, leitegada ou ambos na maternidade melhoram o consumo de ração e o ganho de peso na fase de creche.

Uso de ácidos orgânicos via água de bebida para porcas e leitões na maternidade e seu impacto no desempenho da creche
Acidificantes de ração e água estão associados a um melhor desempenho em granjas de suínos¹. Esses aditivos regulam o pH gástrico e têm efeito antimicrobiano no trato gastrointestinal².
O uso de ácidos orgânicos tem sido relacionado ao aumento da secreção pancreática e melhor digestibilidade dos nutrientes³.
Acidificantes de água têm sido usados para leitões em lactação em algumas granjas, mas sem um conceito bem definido, enquanto são menos comuns e igualmente pouco estudados para porcas.
Este estudo avaliou os efeitos da oferta de ácidos orgânicos na água de bebida de porcas e leitões durante a lactação sobre seu desempenho na maternidade e na creche.


Após a adoção cruzada (dia seguinte ao parto) foram estabelecidos quatro tratamentos, em um estudo fatorial 2 × 2:
Cada grupo consistia em 8/9 fêmeas e suas leitegadas. Uma mistura de ácidos orgânicos (350 ml/1000 L de água) passou a ser oferecida após a adoção cruzada, estendendo-se até os 10 dias de vida para leitões e durante toda a lactação para fêmeas (20 dias).
A mistura foi fornecida através do bebedouro para as fêmeas e em um cocho circular para a leitegada. Os leitões foram pesados individualmente nos dias 1, 10 e no desmame.
Nos mesmos pontos foram registrados o peso da leitegada, o ganho de peso médio diário (GPD) e o número de leitões por leitegada. Durante a fase de creche, 288 leitões desmamados tiveram seu desempenho monitorado em relação ao consumo diário de ração (CDR), GPD e conversão alimentar.
Os dados foram analisados por ANOVA e teste de Tukey – Minitab 19.
Nenhuma interação ou efeito principal foi observado na maternidade (p>0,05).
Na creche, os leitões do grupo T4 apresentaram o menor GPD (10 vs. 73-93 g) e CDR (97 vs. 127-142 g) na primeira semana (p<0,05), o que se refletiu no GPD (163 vs. 209-222 g; p<0,05) e CDR (213 vs. 252-265 g; p=0,059) com 14 dias pós-desmame; e GPD (234 vs. 272-278 g) ao final de 21 dias de creche (p< 0,05).

Uso de ácidos orgânicos via água de bebida para porcas e leitões na maternidade e seu impacto no desempenho da creche
Os leitões de porcas que receberam ácido durante a lactação mostraram uma tendência de melhor CDR entre o 15º e o 21º dias (565 vs. 529 g), bem como ao longo do 21º dia (345 vs. 321 g; p<0,10).

Uso de ácidos orgânicos via água de bebida para porcas e leitões na maternidade e seu impacto no desempenho da creche
Finalmente, os leitões que receberam ácido na maternidade apresentaram maior CDR de 8 a 14 dias (371 vs. 338 g), assim como durante os primeiros 21 dias (347 vs. 320g) (p<0,05). O mesmo grupo também apresentou maior GPD (483 vs. 458g; p<0,05) e CDR (720 vs. 686g; p<0,10) ao longo da fase de creche.

Uso de ácidos orgânicos via água de bebida para porcas e leitões na maternidade e seu impacto no desempenho da creche
O uso de ácidos orgânicos para as porcas, leitegada ou ambos na maternidade melhoram o consumo de ração e o ganho de peso na fase de creche.
Em particular, os leitões que receberam ácido durante o período de lactação tiveram melhor desempenho na creche em comparação com os que não receberam o aditivo, provavelmente devido ao melhor preparo e saúde do trato gastrointestinal no desmame.
Referência bibliográfica sob consulta do autor
Inscreva-se agora para a revista técnica de suinocultura
AUTORES

Colibacilose pós-desmame: Quando a comensal se torna patogênica
Izabel Cristina Tavares Ygor Henrique de Paula
Riscos ocultos na ração: O impacto da zearalenona na fertilidade suína
Cândida Azevedo
Saúde dos cascos da fêmea suína
Ton Kramer
MaxiDigest® Swine: Nutrição de Alta Performance para Suínos
Fernando Augusto Souza
Aurora Coop além do Brasil: os bastidores da internacionalização com Neivor Canton
Neivor Canton Priscila Beck
Avaliação do uso de Flavorad RP® em granja comercial: efeito sobre o desempenho reprodutivo
Beiser Montaño Diego Lescano Ronald Cardozo Rocha Sandra Salguero
Uso de DDGS na nutrição de suínos: potencial nutricional e impactos no desempenho animal
Alex Maiorka Brenda Carolina P. dos Santos Juliane Kuka Baron Maria Letícia B. Mariani Simone Gisele de Oliveira
Influenza Aviária: Qual a ameaça para a suinocultura brasileira?
Janice Reis Ciacci Zanella
O uso de fitobióticos na produção de suínos
Geferson Almeida Silva José Paulo Hiroji Sato Jovan Sabadin Lucas Piroca
Qualidade do ar em granjas de suínos
Cristiano Marcio Alves de Souza Filipe Bittencourt Machado de Souza Jéssica Mansur S. Crusoé Leonardo França da Silva Victor Crespo de Oliveira
ABCS lança manual de bem-estar que aproxima a legislação da realidade nas granjas
Charli Ludtke Nina M de Oliveira Priscila Beck
Tecnologia europeia de liberação dirigida de zinco chega ao Brasil, adaptada às dietas e desafios locais
Juliana Réolon Pereira Priscila Beck Zoé Garlatti
Intestino saudável, granja lucrativa: os pilares da nova suinocultura
Cândida Azevedo